Em um interessante artigo de Zygmunt Bauman, onde ele fala sobre
o conceito da "Sociedade Líquida" afirmando que vivemos num tempo
marcado pela flexibildade, na qual, provoca uma certa fragilidade no que
tange nossas relações sobre as coisas ou pessoas.
Essa sociedade
líquida é comparada com a água, em razão deste elemento natural ter a
potencialidade de alterar sua forma conforme seu recipiente. Nós estamos
tendo essa característica instável, nos moldando conforme o andar da
carruagem. Perdeu-se o aspecto durável e sólido das coisas, tudo é
passível de mudança.
Os antigos viviam esse aspecto solidificável
da vida, era possível planejar e criar metas a longo prazo, hoje, tudo é
inseguro, nada é garantido; não se planeja a longo prazo. Pode ser que
essa característica ganhou tal forma pela rápida mudança que nossas
vidas está passando com o avanço da tecnologia. A internet é um exemplo
disso. Nunca foi tão rápido e eficiente fazer "amigos", mas também,
nunca foi tão rápido e eficiente perdê-los. Temos tantos contatos que se
torna sobre-humano manter relações solidificáveis com eles. É possível
até se perguntar, será que esses contatos são verdadeiramente amigos ou
são apenas contatos? Podemos classificar essas relações: 1)amigo;
2)colega; 3)contato; 4)alguém; 5)adicionei sem saber; 6)nossa, esse cara
tá aqui; 7) desconhecido; etc
O mundo vem correndo tão rápido
que quando estamos numa relação estável, seja ela profissional, amorosa
ou de amizade, na nossa cabeça vem a ideia de que estamos perdendo as
novidades. Como se fosse uma novela, na qual, não devemos perder de
jeito nenhum o próximo capítulo, pois, tem novidades. Lembrando que a
novela é um exemplo por excelência dessa liquidez social. Atualmente os
roteiristas mudam o decorrer da história conforme o ibope televisivo. Se
tal história não está colando, se o ator está muito feio, se o bandido
está tendo mais ibope, rapidinho eles mudam a direção do roteiro.
A sociedade parece estar nessa moda da água: incapaz de manter a forma.
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