A gestão de talentos se tornou assunto prioritário nas empresas. Ninguém quer perder um funcionário talentoso. Muito menos para a concorrência. Entretanto, os líderes continuam errando. E a movimentação de profissionais no mercado continua intensa.
O portal InfoMoney perguntou a dois especialistas quais são os 15 erros principais das empresas quando o assunto é gestão de talentos. São erros corriqueiros, que acontecem no dia-a-dia, mas que minam a satisfação no emprego e a motivação da equipe. Os prejuízos para a empresa aparecem na forma de alta rotatividade de funcionários e queda da produtividade e da qualidade do trabalho.
Os 15 erros fatais
Confira a lista de erros comuns cometidos pelas empresas, elaborada pela consultora do IDORT/SP e especialista em Recursos Humanos, Aparecida Bucater, e pelo diretor de Operações da Human Brasil, Fernando Montero:Cultivar a burocracia, prejudicando a produtividade. Excesso de regras, normas, controles e procedimentos levam as pessoas a se preocupar com o que não podem fazer. Elas ficam tão preocupadas com o processo que perdem o foco no resultado;
Acreditar que as pessoas são “descartáveis”. Os empresários pensam: “Ninguém é insubstituível”. E não é mesmo. Mas há uma grande diferença entre saber que ninguém é insubstituível e acreditar que as pessoas são mais um recurso a ser descartado a qualquer momento, por qualquer razão. Peter Drucker afirmava: “As empresas são compostas de homens e idéias, o restante são recursos”. Demissões intempestivas comprometem o resultado das empresas, ferem os demitidos, tornam a reputação da empresa no mercado negativa e deixam um clima péssimo para quem fica;
Ter uma postura autoritária, difundindo a crença de que “manda quem pode e obedece quem tem juízo”. Nenhum profissional que é bom no que faz agüenta isso por muito tempo;
Ter uma postura paternalista. O autoritarismo é “irmão gêmeo” do paternalismo, já que os dois partem do mesmo princípio: as pessoas não têm condições de serem autônomas, precisam ser “mandadas” e “protegidas”. A postura paternalista aparece, por exemplo, na tolerância ao mau desempenho;
Divulgar uma idéia, uma filosofia da empresa, e deixar transparecer que, na prática, as coisas não funcionam dessa forma. Supondo que uma organização tenha o seguinte lema: “Nossa empresa valoriza a criatividade e a inovação”. Mas, quando o funcionário apresenta uma idéia, ouve em resposta: “Faça como sempre foi feito” ou é obrigado a agüentar cara feia. Que liderança mais contraditória!
Reter informações. Desde as básicas para a execução do trabalho até aquelas estratégicas, sobre mudanças, inauguração de novas unidades, estabelecimento de novas metas para a empresa. A verdade é que líderes despreparados frequentemente retêm informações para si, pois a atitude dá a eles uma sensação de poder, que não é real! Para se ter uma idéia, há profissionais que nem mesmo sabem ao certo quais são os objetivos de sua empresa, aonde ela quer chegar. Como conseqüência, eles não se identificam com a organização, não se esforçam e tendem a pedir demissão;
Cometer injustiças, permitindo privilégios, dando tratamento preferencial a alguns funcionários ou praticando uma remuneração injusta, tanto na comparação interna quanto na comparação com outras empresas;
Contar com um líder que não se integra, não se “mistura”. A integração do líder com cada membro de sua equipe é algo que vai além da comunicação. Depende de ele se envolver com as pessoas, mostrar interesse por elas, ser próximo da equipe. Se, na empresa, não existe um processo de integração, as pessoas ficam desmotivadas e vão embora;
Confundir feedback – cujo propósito é corrigir um desvio, melhorando o desempenho futuro – com “feedcrau” – que se baseia em críticas destrutivas, olhares de desprezo, comentários depreciativos e outras formas, verbais ou não verbais, de criticar e desmerecer as pessoas;
Promover pessoas despreparadas para cargos de liderança. Um chefe que não é líder pode provocar desintegração da equipe, falta de motivação, queda da produtividade e da qualidade do trabalho e perda de talentos;
Não contar com um plano de remuneração estratégico e adequado. Quanto mais talentoso for o profissional, mais ambicioso ele será, na comparação com seus colegas. Se ele atinge os objetivos estipulados e sente que não é reconhecido, irá procurar um lugar melhor para trabalhar e, provavelmente, não terá dificuldade em encontrar;
Não esclarecer ao funcionário quais resultados são esperados dele, deixando de definir objetivos e prioridades. Quando tudo é prioridade, nada é prioridade! Os resultados ficam comprometidos e as pessoas ficam frustradas, estressadas e sobrecarregadas. Resultado: o profissional se esforça para realizar determinadas atividades que a empresa não valoriza e deixa de lado outras que o chefe considera mais importantes. Como ninguém fala nada do seu trabalho, para o qual tanto se empenhou, sente que não é reconhecido e fica insatisfeito com a empresa;
Não investir em formação e treinamento de funcionários. O que muitas empresas estão fazendo hoje é contratar pessoas prontas do mercado, com dois idiomas fluentes, pós-graduação, experiência e domínio dos programas de computador. Elas esquecem do papel de formadoras. É preciso oferecer aos profissionais treinamento, cursos, coaching. Podem ser cursos de curta duração, sobre como falar bem em público ou administrar melhor o tempo. Com isso, o funcionário vê que a empresa não fica só cobrando. Ela também oferece uma contrapartida, de forma que ele fica mais engajado;
Jogar um profissional contra o outro. O líder que faz isso, certamente, ao passar por avaliação psicológica, deixará transparecer que tem problemas pessoais. Nada é pior para uma equipe do que o espírito de competição. Enquanto o espírito de competitividade é saudável, o de competição só prejudica a empresa;
Realizar avaliação somente de cima para baixo (chefe para subordinado). A avaliação de baixo para cima também é importante. Na realidade, as empresas mais modernas já adotam um sistema de avaliação chamado de 360º, no qual todos avaliam todos. Logo, colegas de trabalho do mesmo nível hierárquico podem apontar deficiências e pontos fortes entre si, bem como quem está no mais baixo escalão tem a chance de dizer o que pensa sobre quem está no mais alto. A empresa só tem a ganhar com isso. O resultado mais provável é a retenção dos talentos por mais tempo.
O portal InfoMoney perguntou a dois especialistas quais são os 15 erros principais das empresas quando o assunto é gestão de talentos. São erros corriqueiros, que acontecem no dia-a-dia, mas que minam a satisfação no emprego e a motivação da equipe. Os prejuízos para a empresa aparecem na forma de alta rotatividade de funcionários e queda da produtividade e da qualidade do trabalho.
Os 15 erros fatais
Confira a lista de erros comuns cometidos pelas empresas, elaborada pela consultora do IDORT/SP e especialista em Recursos Humanos, Aparecida Bucater, e pelo diretor de Operações da Human Brasil, Fernando Montero:Cultivar a burocracia, prejudicando a produtividade. Excesso de regras, normas, controles e procedimentos levam as pessoas a se preocupar com o que não podem fazer. Elas ficam tão preocupadas com o processo que perdem o foco no resultado;
Acreditar que as pessoas são “descartáveis”. Os empresários pensam: “Ninguém é insubstituível”. E não é mesmo. Mas há uma grande diferença entre saber que ninguém é insubstituível e acreditar que as pessoas são mais um recurso a ser descartado a qualquer momento, por qualquer razão. Peter Drucker afirmava: “As empresas são compostas de homens e idéias, o restante são recursos”. Demissões intempestivas comprometem o resultado das empresas, ferem os demitidos, tornam a reputação da empresa no mercado negativa e deixam um clima péssimo para quem fica;
Ter uma postura autoritária, difundindo a crença de que “manda quem pode e obedece quem tem juízo”. Nenhum profissional que é bom no que faz agüenta isso por muito tempo;
Ter uma postura paternalista. O autoritarismo é “irmão gêmeo” do paternalismo, já que os dois partem do mesmo princípio: as pessoas não têm condições de serem autônomas, precisam ser “mandadas” e “protegidas”. A postura paternalista aparece, por exemplo, na tolerância ao mau desempenho;
Divulgar uma idéia, uma filosofia da empresa, e deixar transparecer que, na prática, as coisas não funcionam dessa forma. Supondo que uma organização tenha o seguinte lema: “Nossa empresa valoriza a criatividade e a inovação”. Mas, quando o funcionário apresenta uma idéia, ouve em resposta: “Faça como sempre foi feito” ou é obrigado a agüentar cara feia. Que liderança mais contraditória!
Reter informações. Desde as básicas para a execução do trabalho até aquelas estratégicas, sobre mudanças, inauguração de novas unidades, estabelecimento de novas metas para a empresa. A verdade é que líderes despreparados frequentemente retêm informações para si, pois a atitude dá a eles uma sensação de poder, que não é real! Para se ter uma idéia, há profissionais que nem mesmo sabem ao certo quais são os objetivos de sua empresa, aonde ela quer chegar. Como conseqüência, eles não se identificam com a organização, não se esforçam e tendem a pedir demissão;
Cometer injustiças, permitindo privilégios, dando tratamento preferencial a alguns funcionários ou praticando uma remuneração injusta, tanto na comparação interna quanto na comparação com outras empresas;
Contar com um líder que não se integra, não se “mistura”. A integração do líder com cada membro de sua equipe é algo que vai além da comunicação. Depende de ele se envolver com as pessoas, mostrar interesse por elas, ser próximo da equipe. Se, na empresa, não existe um processo de integração, as pessoas ficam desmotivadas e vão embora;
Confundir feedback – cujo propósito é corrigir um desvio, melhorando o desempenho futuro – com “feedcrau” – que se baseia em críticas destrutivas, olhares de desprezo, comentários depreciativos e outras formas, verbais ou não verbais, de criticar e desmerecer as pessoas;
Promover pessoas despreparadas para cargos de liderança. Um chefe que não é líder pode provocar desintegração da equipe, falta de motivação, queda da produtividade e da qualidade do trabalho e perda de talentos;
Não contar com um plano de remuneração estratégico e adequado. Quanto mais talentoso for o profissional, mais ambicioso ele será, na comparação com seus colegas. Se ele atinge os objetivos estipulados e sente que não é reconhecido, irá procurar um lugar melhor para trabalhar e, provavelmente, não terá dificuldade em encontrar;
Não esclarecer ao funcionário quais resultados são esperados dele, deixando de definir objetivos e prioridades. Quando tudo é prioridade, nada é prioridade! Os resultados ficam comprometidos e as pessoas ficam frustradas, estressadas e sobrecarregadas. Resultado: o profissional se esforça para realizar determinadas atividades que a empresa não valoriza e deixa de lado outras que o chefe considera mais importantes. Como ninguém fala nada do seu trabalho, para o qual tanto se empenhou, sente que não é reconhecido e fica insatisfeito com a empresa;
Não investir em formação e treinamento de funcionários. O que muitas empresas estão fazendo hoje é contratar pessoas prontas do mercado, com dois idiomas fluentes, pós-graduação, experiência e domínio dos programas de computador. Elas esquecem do papel de formadoras. É preciso oferecer aos profissionais treinamento, cursos, coaching. Podem ser cursos de curta duração, sobre como falar bem em público ou administrar melhor o tempo. Com isso, o funcionário vê que a empresa não fica só cobrando. Ela também oferece uma contrapartida, de forma que ele fica mais engajado;
Jogar um profissional contra o outro. O líder que faz isso, certamente, ao passar por avaliação psicológica, deixará transparecer que tem problemas pessoais. Nada é pior para uma equipe do que o espírito de competição. Enquanto o espírito de competitividade é saudável, o de competição só prejudica a empresa;
Realizar avaliação somente de cima para baixo (chefe para subordinado). A avaliação de baixo para cima também é importante. Na realidade, as empresas mais modernas já adotam um sistema de avaliação chamado de 360º, no qual todos avaliam todos. Logo, colegas de trabalho do mesmo nível hierárquico podem apontar deficiências e pontos fortes entre si, bem como quem está no mais baixo escalão tem a chance de dizer o que pensa sobre quem está no mais alto. A empresa só tem a ganhar com isso. O resultado mais provável é a retenção dos talentos por mais tempo.
Enjoy!
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