Saturday, January 04, 2014

Um estado eterno

"Quando falamos sobre tempo, não queremos dizer tempo cronológico, tempo do relógio. Esse tempo existe, deve existir. Se você quer pegar um ônibus, tomar um trem ou cumprir um compromisso amanhã, deve usar o tempo cronológico. Mas existe um amanhã, psicologicamente, que é o tempo da mente? Existe amanhã psicologicamente? Ou o amanhã é criado pelo pensamento porque o pensamento vê a impossibilidade de mudar diretamente, imediatamente, e inventa este processo gradual? Vejo por mim mesmo, como ser humano, que é terrivelmente importante provocar uma revolução radical em meu modo de vida, pensar, sentir, e em minhas ações, e digo para mim mesmo: "Dedicarei tempo a isto; serei diferente amanhã, ou em alguns meses". É desse tempo que estamos falando a estrutura psicológica do tempo, do amanhã, ou do futuro, e nesse tempo nós vivemos. Tempo é o passado, o presente e o futuro, não pelo relógio. Eu era ontem; o ontem opera através do hoje e cria o futuro. Isso é uma coisa bem simples. Eu tive uma experiência um ano atrás que deixou um registro em minha mente, e o presente eu traduzo segundo essa experiência, conhecimento, tradição, condicionamento, e crio o amanhã. Estou preso neste círculo. É isto que chamamos viver; é isto que chamamos tempo. O pensamento, que é você, com todas as suas memórias, condicionamento, ideias, esperanças, desespero, a completa solidão da existência; tudo isso é este tempo. E para compreender um estado infinito, quando o tempo para, deve-se investigar se a mente pode se libertar completamente de toda experiência, que está no tempo." - Krishnamurti, J. Krishnamurti, The Book of Life

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