Somos entusiastas da tecnologia e, a cada momento, percebemos que os
métodos tradicionais de relacionamento estão sendo colocados à parte,
seja pela quantidade de informação que assimilamos diariamente ou pela
conveniência dos sistemas que acabam pensando e agindo por nós. Mas,
como sabemos, é impossível transmitir a emoção em relacionamentos
automatizados, um simples e-mail pode produzir dezenas de interpretações
e sentimentos.
Você tem idéia de como é perigoso não estar em contato com suas
emoções? Até pouco tempo atrás o sucesso de uma pessoa era avaliado pelo
raciocínio lógico e habilidades matemáticas e espaciais (QI). Mas o
psicólogo Daniel Goleman, PhD, retoma uma nova discussão sobre o
assunto. Ele traz o conceito da inteligência emocional como maior
responsável pelo sucesso ou insucesso das pessoas. A maioria das
situações de trabalho é envolvida por relacionamentos entre as pessoas.
Desta forma, pessoas com qualidades de relacionamento humano, como
afabilidade, compreensão, gentileza têm mais chances de obter o sucesso,
e conseqüentemente, maior assertividade.
A Inteligência Emocional está relacionada a algumas habilidades
sociais, tais como: motivar a si mesmo e persistir mediante frustrações;
controlar impulsos, canalizando emoções para situações apropriadas;
praticar gratificação prorrogada; motivar pessoas, ajudando-as a
liberarem seus melhores talentos e conseguir seu engajamento em
objetivos de interesses comuns.
Benefícios da Inteligência Emocional:
a) Desenvolver bons relacionamentos com os “stakeholders” que estão apoiando o projeto;
b) Antecipar e evitar esgotamentos;
c) Lidar com membros difíceis da equipe e gerenciar conflitos;
d) Incrementar as informações emocionais para tomar decisões melhores;
e) Comunicar-se de modo mais eficaz;
f) Criar um ambiente de trabalho positivo e um alto moral na equipe;
g) Criar uma visualização de cenário para objetivos compartilhados no
projeto, com o intuito de atrair, inspirar e motivar a equipe, entre
outros…
O psicólogo Howard Gardner da Universidade de Harward, nos Estados
Unidos, propõe “uma visão pluralista da mente” ampliando o conceito de
inteligência única para o de um feixe de capacidades. Para ele,
inteligência é a capacidade de resolver problemas ou elaborar produtos
valorizados em um ambiente cultural ou comunitário. Assim, ele propõe
uma nova visão da inteligência, dividindo-a em sete diferentes
competências que se interpenetram, pois sempre envolvemos mais de uma
habilidade na solução de problemas.
Embora existam predominâncias, as inteligências se integram:
• Inteligência Verbal ou Lingüística: habilidade para lidar criativamente com as palavras.
• Inteligência Lógico-Matemática: capacidade para solucionar problemas
envolvendo números e demais elementos matemáticos; habilidades para
raciocínio dedutivo.
• Inteligência Cinestésica Corporal: capacidade de usar o próprio corpo de maneiras diferentes e hábeis.
• Inteligência Espacial: noção de espaço e direção.
• Inteligência Musical: capacidade de organizar sons de maneira criativa.
• Inteligência Interpessoal: habilidade de compreender os outros; a maneira de como aceitar e conviver com o outro.
• Inteligência Intrapessoal: capacidade de relacionamento consigo mesmo, autoconhecimento.
• Habilidade de administrar seus sentimentos e emoções a favor de seus projetos. É a inteligência da auto-estima.
Segundo Gardner, todos nascem com o potencial das várias
inteligências. A partir das relações com o ambiente, aspectos culturais,
algumas são mais desenvolvidas ao passo que deixamos de aprimorar
outras.
Nos anos 90, Daniel Goleman, também psicólogo da Universidade de
Harward, afirma que ninguém tem menos que nove inteligências. Além das
sete citadas por Gardner, Goleman acrescenta mais duas:
• Inteligência Pictográfica: habilidade que a pessoa tem de transmitir uma mensagem pelo desenho que faz.
• Inteligência Naturalista: capacidade de uma pessoa em sentir-se um componente natural.
Sem dúvida, foram essas afirmações que se transformaram em manchete e fizeram a IE ser tão notada.
Até hoje, lamentavelmente, existem muitas controvérsias entre os
pesquisadores sobre o que são exatamente as emoções. Uma possível
definição de emoção é: “Um estado mental que surge espontaneamente e não
por meio de esforço consciente.
Normalmente, é acompanhado de alterações fisiológicas. É, portanto,
“um sentimento como são as emoções de alegria, de tristeza, da
reverência, do ódio e do amor.” David E. Carlson, no seu livro
Counseling and Self-Esteem (algo como Recomendações e Autoestima), usa
seis palavras – sad, angry, scared, happy, excited e tender (triste,
irado, amedrontado, feliz, animado e carinhoso), que ele resumiu no
acrônimo SASHET – para poder entender uma ampla gama de emoções. (ver
Figura 1)
Certamente, seria conveniente se a Inteligência Emocional fosse fácil
de medir, assim como a altura ou o peso de uma pessoa. Infelizmente
isso não acontece!
A boa notícia sobre Inteligência Emocional é que, não importa como
você está agora, a maioria dos especialistas concordam que os
conhecimentos podem ser aperfeiçoados e melhorados ao longo de toda sua
vida.
Uma pequena avaliação segue abaixo:
1. Você acredita que deveria ficar mais animado do que fica normalmente com certo evento?
2. Você não chora em circunstâncias nas quais acredita que outras pessoas chorariam?
3. Você se orgulha de nunca ficar irritado?
4. Você fica surpreendido quando descobre que suas expectativas sobre outras pessoas não coincidem com o que de fato acontece?
5. Alguém já lhe disse que você é grosso, insensível ou negligente?
6. Você acha que os problemas que as pessoas têm são, em grande parte, culpa delas?
7. Você acha difícil trabalhar com pessoas da sua equipe cujo nível educacional é diferente do seu?
8. Você fica chateado ou incapaz de se concentrar quando um familiar ou um integrante da sua equipe está com um problema sério?
9. Você se irrita com seu cônjuge, seus filhos ou integrantes de sua
equipe de projeto por comentários inofensivos, porém humorísticos sobre
seu desempenho?
10. Seus amigos mais próximos ou seu cônjuge comentam que você não sabe lidar bem com suas emoções?
11. Você freqüentemente faz piadas ou usa do sarcasmo com os seus colaboradores ou seus amigos?
12. Você costuma “sair batendo o pé” das reuniões, batendo portas ou
enviando e-mails raivosos, tudo porque as suas colocações não foram
aceitas?
13. Seus relacionamentos com sua equipe de projeto, seus colaboradores,
gerentes e patrocinadores são superficiais e limitados à tarefa do
momento?
14. Seus conflitos com determinados indivíduos são constantes?
15. Você se sente uma vítima dos outros ou acha que diz “sim” quando, na verdade, quer dizer “não”?
16. As pessoas costumam sair da equipe de projeto quando ficam sabendo que você é o líder?
17. Para você, comunicar-se com os outros é algo muito difícil?
18. Fica surpreso quando a sua equipe não entende os objetivos do projeto que está sendo proposto?
19. Em seus projetos, você vivencia conflitos que parecem nunca se resolverem?
20. Você quer ser melhor no que se refere a estabelecer um carisma ou sua presença como líder?
Para se auto-avaliar, conte o seu número total de respostas “não”.
Quanto menor for este número, maiores e mais significativas são as
oportunidades para melhorar a sua inteligência emocional, porém se o
número estiver entre 17 e 20, você é quase um gênio emocional que faz
parte de uma minoria de profissionais que sabe lidar com muita
eficiência com as suas emoções e as dos outros.
Agora, imaginem a complexidade de um sistema com essa capacidade de interpretação!